quarta-feira, 16 de novembro de 2011

# 21 - A proposição


Olá, pessoal!

Nesta filmagem, falo sobre o conceito de proposição.

A proposição é o modo linguístico como falamos do mundo. O mundo é composto de fatos, os quais são um estado de coisas que se apresenta a nós. Não precisa se apresentar para ser fato, pois o fato de haver uma árvore no Japão não está presente e ainda é um fato.

Então tenho o fato a casa é grande. Se eu emitir a proposição "A casa é grande" e, de fato, a casa for grande, então estou falando a verdade. Se eu disser que a casa não é grande, então estou falando uma falsidade. Observe também que os elementos dentro da proposição também vão corresponder a elementos do fato. O sujeito da proposição casa corresponde à coisa casa, a qual está na relação do fato. O predicado grande corresponde à propriedade da coisa casa de ser grande, mesmo que esse elemento não seja uma coisa física e, sim, uma propriedade.

Verdadeiro e falso são valores de verdade da proposição. A proposição pode ser verdadeira ou falsa, conforme a correspondência com fato. Se há correspondência, então é V. Se não há, então é F. Então posso definir a verdade como correspondência entre proposição e fato. Não obstante, existem outras definições de verdade noutras correntes da filosofia.

Felicidades e até a próxima!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

# 20 - Lógica e epistemologia


Olá, pessoal!

Em primeiro lugar, lembro a todos que minha intenção é expor o conteúdo de forma introdutória. Se a exposição do vídeo for confusa, tento esclarecer pelo resumo escrito ou por comentários.

A lógica tem mais de uma definição. Primeiro, a lógica é as leis do pensamento. O pensamento que faz sentido tem que obedecer certas leis para não cair em contradição, o que o torna ininteligível. O primeiro princípio da lógica exposto pela história é o Princípio de Não-Contradição, ou PNC, de Aristóteles. Ele diz que não existe algo que possa ser e não ser ao mesmo tempo e sob mesmo aspecto. Então quando expresso uma proposição, ela tem que obedecer esse princípio. Não posso dizer que "está chovendo e não está chovendo". Seria uma proposição contraditória. A proposição tem que ter uma consistência lógica dentro de si. Depois, a proposição tem que ter uma consistência lógica com outras proposições. "Está chovendo e não está chovendo" é uma proposição composta de duas proposições: "está chovendo" e "não está chovendo", e elas tem uma incompatibilidade lógica. Portanto o conjunto das proposições "está chovendo" e "não está chovendo" tem uma inconsistência lógica. Agora, se emito a proposição "Está chovendo e o Brasil perdeu a copa", tenho uma proposição consistente e composta de duas proposições "está chovendo" e "o Brasil perdeu a copa", as quais são compatíveis entre si e, portanto, o conjunto que contém as duas proposições tem consistência lógica. Esses mecanismos lógicos não dependem da verdade ou falsidade da proposição. As proposições "está chovendo" e "o Brasil está na África" são compatíveis, pois não ferem nenhuma lei lógica.

Outra definição de lógica é ciência da inferência. Inferência é a extração de uma terceira proposição vinda de outras duas. Se digo que "Todo homem é mortal" e "Sócrates é homem" então posso extrair a proposição "Sócrates é mortal". Também posso chamar isso de dedução ou silogismo. Nesse aspecto, a finalidade da lógica é a manutenção e conservação da verdade. Mas explico melhor isso noutro vídeo.

Também falamos um pouco de epistemologia, que também é conhecida como teoria do conhecimento. Epistéme, do grego, significa ciência, conhecimento. Então a epistemologia é o estudo sobre o conhecimento. Uma melhor definição é o estudo sobre as condições de possibilidade do conhecimento. Como posso conhecer o mundo externo? Aparece-me aos sentidos sensíveis, mas eles não podem falhar?

Qualquer dúvida, pergunta nos comentários. Abraço!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

# 19 - Os pré-socráticos


Amigos, estou com dificuldade ultimamente de reunir o pessoal da faculdade para gravarmos a filmagem no boteco como tradicionalmente acontece. Erich, grande amigo, mudou-se para Bagé e raramente vem para a capital, outros estão atarefados com seus mestrados ou doutorados, outros envolvidos com seus trabalhos e outros, simplesmente, não vão com minha cara. Assim que puder, ainda que demore, postarei filmagens com eles no boteco novamente. Por enquanto, vou postar filmagens solo em formato de aula para o brog não ficar a ermo.

Os pré-socráticos são os filósofos que antecederam Sócrates, uma das três grandes cabeças da filosofia na Grécia antiga (com Platão e Aristóteles). Eles mediaram a transição da Grécia mítica à filosófica, efetivada com Sócrates. São, basicamente, quatro escolas:

Milesianos (Tales, Anaximandro e Anaxímenes): procuram o elemento básico que constitui todas as coisas materiais.

Eleatas (Parmênides, Zenão e Melisso):o ser, em sua totalidade, é uno e imóvel. A multiplicidade de coisas vistas assim como o movimento delas são ilusões da mente.

Pitagóricos: os números são o fundamento do mundo, todas as coisas são números ou derivadas de números. Acreditam nisso por causa da harmonia do mundo e da harmonia dos números.

Atomistas (Demócrito, Leucipo): o mundo é composto de átomos. É semelhante ao paradigma materialista da atualidade. Os átomos andarilham pelo universo, unem-se e compõe os objetos materiais.

Também temos dois grandes pensadores avulsos, sem escolas:

Heráclito: antagonista teórico de Parmênides, ele acreditava que tudo flui, tudo muda constantemente e nada é o mesmo do que o instante anterior. O elemento básico para ele é o fogo: pois destroi e muda as coisas.

Empédocles: uniu a filosofia de diversos deles. As coisas são compostas por quatro elementos fundamentais: água, ar, terra e fogo. O movimento das coisas é explicado por dois princípios Amor (união) e Ódio (repulsa).

Até a próxima!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

# 18 - Filosofia oriental

Alô, moçada! Agora falamos de filosofia oriental.

No início, questionamos se a filosofia oriental pode ser chamada com propriedade de filosofia, já que, tecnicamente, filosofia designa o nascimento do crédito sobre a razão para explicar o mundo na Grécia antiga. Na filosofia grega, a qual é paradigma da filosofia ocidental em geral, a razão é instrumento mestre para apreender a verdade. A filosofia oriental desacredita na razão enquanto meio para apreender a verdade essencial do mundo. Para tanto, a intuição parece ter um papel muito mais importante.

Posteriormente, adentramo-nos na própria filosofia oriental. A ocidental normalmente é dualista. Isso quer dizer que existem dois princípios de ordem diferente e que se interagem: a mente (ou a alma) e o corpo, o sujeito e o objeto, o Eu e o mundo. A oriental ultrapassa esse modo de pensar: o Eu e o mundo estão misturados e são um. Essa separação feita pela ocidental é causa de sofrimento através do desentendimento da essência única e interdependente do mundo: o sujeito e o objeto são um.

Depois conversamos sobre como a filosofia oriental entende o mundo "colorido" que nos aparece: é de verdade ou é uma ilusão? A árvore que vejo é ôntica (real) ou é um dado da "Matrix"? Independente da reposta, a filosofia oriental é subjetivista. Ou seja, o modo como vejo o mundo é uma verdade e outra pessoa pode ter outro modo de ver o mundo: não há uma verdade absoluta, a qual é "a menina dos olhos" da filosofia ocidental.

Convidado: Luis Paulo Dull Junior - (email: jrdull@hotmail.com) Conselheiro Tutelar de Porto Alegre e recandidato ao mesmo cargo (número 08980). Mais informações: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/conselhos_tutelares/
votação dia 10 de Abril.

Parte 1


Parte 2