domingo, 17 de outubro de 2010

# 16 - Ceticismo (ou Pirronismo)


Olá, querido amigo do saber! Nesta postagem, debatemos sobre o ceticismo. Esse termo vem do grego skepsis, que significa 'busca'. Skepticós, que deriva o termo 'cético', é o buscador. No caso, estamos falando da verdade. Diferentemente do que muitos pensam, o cético não acredita e tampouco não não acredita. Sua doutrina fundamental é a de que o conhecimento é impossível, qualquer que seja o tipo de conhecimento. Por exemplo, ele não acredita na existência de Deus e não acredita na inexistência de Deus. Sua atitude perante o saber é a de suspensão de juízo, ou seja, não acreditar em coisa alguma. Essa atitude deriva a ataraxia, ou tranquilidade. A suspensão de juízo no ceticismo cobre aspectos dos fatos e da moralidade. Não posso dizer que tal coisa é verdadeiro ou falso e, tampouco, certo ou errado. O argumento principal do cético sobre a impossibilidade de saber é o de que nossa mente não tem alcance suficiente para qualquer conhecimento. Descartes afirmava que a propriedade essencial do conhecimento é a indubitabilidade. Se é conhecimento, então é indubitável. Para o cético, todo conhecimento é dubitável, inclusive os sobre dados sensíveis.

Na filosofia, para ser conhecimento, deve haver uma justificativa. Tenho de responder o por quê. Outro argumento, aparentemente fatal, do cético para a impossibilidade do saber é o do trilema da justificativa. São três demonstrações de que a resposta à pergunta por que? é vazia e irracional.

Regresso ao infinito: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Por d. ...
ad infinitum.
Circularidade: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Por a.
Dogmatismo: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Não tem por quê: é um dogma.

Participação:
Joel Pereira, licenciado em filosofia - UFRGS
Mariana Neumann - historiadora e arqueóloga - UFRGS
Leandro de los Santos, licenciado em filosofia - UFRGS