domingo, 19 de dezembro de 2010

# 17 - Metafísica


Vou tentar não definir coisa alguma "definitivamente" porque meu colega e eu temos definições diferentes sobre o tema. Começamos o vídeo tentando achar uma apropriada definição de metafísica. Tradicionalmente, metafísica é a ciência do ser enquanto ser. Isso quer dizer que é uma ciência que abrange todo o escopo do ser e não, como nas ciências normais, apenas em relação a uma parte do ser (como a psicologia estuda a mente e a geologia estuda a terra). Porém, na modernidade, a metafísica foi desacreditada enquanto ciência e a acepção de ciência veio a ser a que se tem atualmente. Para Kant (1724-1804), quando a metafísica deixa de ser ciência, então seu conteúdo não pode ser conhecimento, pois o conhecimento é resultado da ciência. Numa definição etimológica, pode-se entender metafísica (meta + física = além da natureza) como o estudo sobre o que há além dos dados sensíveis. Estes, os dados sensíveis, são objeto de estudo das ciências. Exemplo de coisas que não são objeto de estudo da ciência e sim da metafísica: Deus, alma, liberdade, causalidade. A causalidade, por exemplo, é pressuposta pela ciência.

Posteriormente, discutimos sobre a relação da religião com a metafísica. Cada religião tem seu sistema de metafísica (tais deuses e tais anjos). A questão que viemos a nos ater foi se, desse sistema de metafísica, poder-se-ia derivar um código de ética. Ou se o código de ética é independente do sistema de metafísica.

Feliz Natal e feliz ano novo! Até ano que vem! Om mani peme hung!

domingo, 17 de outubro de 2010

# 16 - Ceticismo (ou Pirronismo)


Olá, querido amigo do saber! Nesta postagem, debatemos sobre o ceticismo. Esse termo vem do grego skepsis, que significa 'busca'. Skepticós, que deriva o termo 'cético', é o buscador. No caso, estamos falando da verdade. Diferentemente do que muitos pensam, o cético não acredita e tampouco não não acredita. Sua doutrina fundamental é a de que o conhecimento é impossível, qualquer que seja o tipo de conhecimento. Por exemplo, ele não acredita na existência de Deus e não acredita na inexistência de Deus. Sua atitude perante o saber é a de suspensão de juízo, ou seja, não acreditar em coisa alguma. Essa atitude deriva a ataraxia, ou tranquilidade. A suspensão de juízo no ceticismo cobre aspectos dos fatos e da moralidade. Não posso dizer que tal coisa é verdadeiro ou falso e, tampouco, certo ou errado. O argumento principal do cético sobre a impossibilidade de saber é o de que nossa mente não tem alcance suficiente para qualquer conhecimento. Descartes afirmava que a propriedade essencial do conhecimento é a indubitabilidade. Se é conhecimento, então é indubitável. Para o cético, todo conhecimento é dubitável, inclusive os sobre dados sensíveis.

Na filosofia, para ser conhecimento, deve haver uma justificativa. Tenho de responder o por quê. Outro argumento, aparentemente fatal, do cético para a impossibilidade do saber é o do trilema da justificativa. São três demonstrações de que a resposta à pergunta por que? é vazia e irracional.

Regresso ao infinito: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Por d. ...
ad infinitum.
Circularidade: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Por a.
Dogmatismo: Afirmo que a. Por que a? Por b. Por que b? Por c. Por que c? Não tem por quê: é um dogma.

Participação:
Joel Pereira, licenciado em filosofia - UFRGS
Mariana Neumann - historiadora e arqueóloga - UFRGS
Leandro de los Santos, licenciado em filosofia - UFRGS


terça-feira, 17 de agosto de 2010

# 15 - Anarquismo


Alô, querido pensador! Nesta postagem, refletimos sobre a necessidade de um governo que nos controle. Para tanto, no primeiro vídeo, voltamos ao tema sobre a natureza humana. Ela fundamenta qualquer sistema político escolhido. A nossa forma de governo pressupõe a acepção hobbesiana de natureza humana, onde o homem é naturalmente mau.

A alternativa à tal acepção de natureza humana é a acepção de Rousseau, onde o homem é bom naturamente. Essa acepção funda a forma de governo onde não há governo: a anarquia, sobre a qual ativemo-nos no segundo vídeo. Cada pessoa teria noção suficiente para não precisar de polícia e para a comunidade viver em paz. Nessa acepção, o Estado não-anárquico tem por fim ou meio a coerção do cidadão. Um grande abraço a todos queridos admiradores do blog! E comente, tentemos sempre continuar o debate!

R.I.P. Carlito's Bar (2002-2010)

Convidado: Tistu Matos da Silva, o Tistógenes, ou Homem-megafone, um mal necessário,
licenciado em filosofia (UFRGS) e autor do livro de poesia
Fragmentos do caderno de notas do Dr. Mehr Diña.

Parte 1


Parte 2

quinta-feira, 24 de junho de 2010

# 14 - A condição humana


Olá, querido amante do saber! Nesta postagem discorremos sobre a condição humana. Hannah Arendt, na sua obra homônima, afirma que a natureza humana difere da condição humana. Não levamos muito em conta essa diferença e não nos ativemo nesta obra, mas ela serve como leitura sobre tal conceito.

A condição humana é as circunstâncias nas quais o homem é inserido em sua existência. Tais circunstâncias participam da identidade do sujeito.

Listamos algumas nesta filmagem:

1. circunstância social e familiar: o contexto social e cultural onde somos inseridos participa de nossa identidade, assim como a herança comportamental nos imputada pela família.

2. a mortalidade: morreremos, o que causa-nos angústia e impotência.

3. o princípio da escassez: mesmo que tenhamos comida para todos, ela não é distribuída. Disputas e competições derivam disso.

4. a finitude racional do homem: não podemos entender algo contraditório. Não consigo imaginar um quadrado redondo. Nossa razão é limitada pelas leis lógicas.

Participantes:
Anne Lee - estudante de psicologia
Erich - filósofo e estudante de psicologia
Daniel - historiador
Gabriel - filósofo

Parte 1



Parte 2



Parte 3

quinta-feira, 4 de março de 2010

# 13 - Do mito à razão

A mitologia grega foi descrita pelos poetas Homero e Hesíodo no século oito antes de Cristo. Hesíodo faz uma sistematização completa na sua obra Teogonia, expondo todas as ramificações da árvore genealógica. A mitologia, vista à luz da filosofia, é uma tentativa irracional de explicar o mundo natural. O homem diviniza um aspecto da natureza por desconhecê-lo e também suas causas. O temor através desse desconhecimento faz com que o homem crie um deus para que cuide daquele aspecto natural. Essa fórmula funciona em todos sistemas politeístas: a mitologia africana, celta, hindu, egípcia, entre outras.

A advinda da filosofia, no século sexto antes de Cristo, com Tales, foi uma ruptura com a forma de explicação mítica: agora os filósofos queriam chegar em princípios gerais do universo natural de uma forma racional: Tales reduz tudo à água e Heráclito ao fogo por exemplo. Aí nasce a filosofia.

Participação: Gabriel, Rodrigo, Joel - filósofos - Luciano e Daniel - historiadores

Parte 1


Parte 2