terça-feira, 22 de dezembro de 2009

# 12 - Magia e misticismo



Olá, querido pensador! Hoje trataremos de um tema diferente do que temos tratado ultimamente: magia e misticismo.

Filosoficamente, o mecanismo de um ato mágico é o mecanismo de uma pessoa causar um efeito no mundo físico através de uma causa transcendental. A mudança causada no mundo físico deve acontecer através da vontade do agente, e não de seus movimentos físicos. Em outras palavras, o efeito deve advir da mente do agente, não de suas ações físicas.


Na teoria da magia, o efeito que advém diretamente da mente do agente é o mais alto grau entre os atos de magia. Existem três classes de magia, três estágios de progressão para o status de mago: o primeiro é magia por encantamento - ou por palavras recitadas, o segundo é magia por movimentos manuais e o terceiro é magia por pensamento.



Convidado: Bruxo Fagundes - escritor, autor do livro Guia da cultura proibida

Parte 1


Parte 2


Parte 3

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

# 11 - O mito da caverna

O mito da caverna é apresentado pelo grande mestre Platão em sua mais conhecida obra: A república.

No mito, este mundo sensível onde vivemos não é o mundo real. O mundo real é o mundo das ideias. O mundo sensível é uma cópia imperfeita do mundo das ideias, onde cada coisa tem sua ideia correspondente. O mito apresenta algumas pessoas - que seríamos nós no mundo sensível - que estão acorrentadas dentro de uma caverna e não conhecem o mundo externo. Na parede desta caverna, passam sombras de objetos externos provocadas por uma fogueira que está atrás dos objetos. Como os habitantes da caverna não conhecem o mundo externo, então eles pensam que o mundo resume-se àquelas sombras. Porém o sujeito que escapa da caverna depara-se com o mundo das ideias, que é o mundo do intelecto e da filosofia. Ele é ameaçado pelos ainda presos quando retorna e tenta avisá-los. Matrix é um filme que fundamenta-se neste mito.

Podemos dizer que o mito é uma analogia do mundo sensível na seguinte articulação: a sombra está para a coisa (qualquer que seja a coisa) assim como a mesma coisa está para a sua ideia. Ou seja, a ideia tem mais realidade do que a coisa assim como a coisa tem mais realidade do que sua sombra. A forma da articulação é como em um está sobre dois assim como dois está sobre quatro (1/2 = 2/4): uma analogia simples. E Platão é muito bom em analogias. Aqui tem uma historinha lúdica muito boa do mestre Maurício de Sousa que resume bem o mito.

Participação especial: Janaína Quiroga, professora de literatura e poeta

Parte 1


Parte 2

terça-feira, 25 de agosto de 2009

# 10 - Frederico Nietzsche


Hoje, na data desta postagem, é o aniversário de 109 anos da morte de Nietzsche. Foi um filósofo polêmico e rebelde que pensava sobre os costumes de ordem e restrições da sociedade e da religião. É um filósofo bastante popular entre apreciadores de filosofia não profissionais e também é um ótimo introdutor ao pensamento crítico filosófico. Defende a posição da vontade de viver, por meio da qual o indivíduo supera imposições e sublima a negação da vida. Os conceitos centrais discorridos na filmagem são o apolíneo e o dionisíaco, o eterno retorno, o super-homem, a moralidade do senhor e do escravo e a vontade de poder.


Parte 1


Parte 2



Parte 3


quinta-feira, 16 de julho de 2009

# 9 - Filosofia do meio ambiente


Nesta filmagem conversamos sobre filosofia do meio ambiente. Atualmente esse é um tema frequente de se tratar já que o planeta vem sofrendo diversas ameaças ambientais.

No primeiro vídeo fizemos considerações metafísicas (metafísica=ontologia) pressupostas à filosofia do meio ambiente como, por exemplo, o conceito de natureza e dualismo. Na Grécia antiga, dois filósofos tinham teses opostas quanto a essência da realidade. Parmênides acreditava que o ser é uno, imutável e imóvel. Heráclito que nada é o mesmo dentro do ser e que tudo flui, tudo muda (panta rei). A filosofia daquele, segundo Heidegger, "determinou a essência do pensamento ocidental até hoje, estabelecendo as dimensões de seus alicerces." Já a metafísica oriental assemelha-se mais à filosofia de Heráclito. No segundo e terceiro vídeos consideramos a história e o movimento do ambientalismo e considerações sobre economia, ecologia e sustentabilidade do mundo ocidental.

Convidado: Vicente Rahn Medaglia (Vico), filósofo ambientalista, mestrando em desenvolvimento rural (Ufrgs) e coordenador da ONG Ingá - www.inga.org.br
Participação: Liane Preuss, socióloga (Ufrgs) e professora de sociologia

Parte 1


Parte 2


Parte 3

quinta-feira, 2 de julho de 2009

# 8 - Maquiavel e o príncipe


Maquiavel nascera na cidade de Florença no século XV e escreveu uma grande obra de filosofia política: O príncipe. Tem-se como fundador da ciência política moderna.

Nessa obra, o pensador descreve meios e fins para o centralizador unificar a Itália, a qual estava fragmentada, em sua época. Sua célebre citação - os fins justificam os meios - conota a noção das possibilidades de medidas que tal governante poderia tomar para subir ao e manter o poder. O fim dessa centralização seria o término das invasões externas.

Convidado: Rodrigo Pinto, mestre em filosofia (Maquiavel) pela UFRGS

Parte 1


Parte 2


Parte 3

domingo, 7 de junho de 2009

Filosofia no boteco #7 - Problemas da educação


Três professores participaram desta filmagem, onde discutiu-se principalmente problemas e idéias relacionados à educação. A educação tradicional fora influenciada, em sua concepção, pela visão tecnicista da ditadura militar - visão essa que é voltada ao mercado e ao isolamento disciplinar. Atualmente com a obrigatoriedade da filosofia e sociologia no colégio, vê-se uma nova tentativa de tornar o ensino, além de técnico, mais humano e interdisciplinar, já que o homem - antes de ser um homo faber - é um homo sapiens.

Convidados:
Alissa Gottfried - educadora popular conectiva
Capi - midiólogo, Unicamp
Juliano - geógrafo, UFRGS

terça-feira, 26 de maio de 2009

Filosofia no boteco #6 - Schopenhauer



Parte 1

Olá, caro pensador! Vamos falar do filósofo alemão Schopenhauer hoje. Decidimos dividir os videos em dois para, neste primeiro, expor a paisagem da crise epistêmica da modernidade. O segundo video está logo ali em baixo.

A metafísica é a investigação do que existe além dos sentidos sensíveis. Na idade moderna, dois filósofos puseram em cheque a possibilidade de fazer da metafísica uma ciência: Hume e Kant. Este vai dizer que os nossos conceitos precisam conter uma intuição sensível para serem inteligíveis. A intuição sensível é o contato imediato que nossa mente tem com um objeto que aparece. Resumidamente, Kant vai negar que a metafísica é uma ciência porque nos conceitos dela não têm intuições sensíveis, já que a metafísica estuda o que está além dos sentidos. Kant: "A intuição sem o conceito é cega, e o conceito sem a intuição é vazio." Aqui, fenômeno (do grego fainómenon) é o que nos aparece aos sentidos. Coisa-em-si é a coisa independente do que nos aparece, é o principal objeto de estudo da metafísica.


Parte 2

Após os e apesar dos conselhos de Kant, dois, entre outros, grandes filósofos ousaram fazer metafísica como ciência na modernidade: Hegel e Schopenhauer. E eram rivais entre si.

O conceito central da metafísica de Schopenhauer é a vontade. Afirma ele que ela é o motor da vida individual e do universo em geral. A vontade para ele é a coisa-em-si. O próprio corpo do sujeito é uma materialização da sua vontade. A vontade, sendo a coisa-em-si, é o que causa o fenômeno para o sujeito e é o que causa o movimento - não só de si mesmo mas também da natureza. E o sujeito pode interpretar tal fenômeno de acordo com sua vontade e representação.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Filosofia no boteco #5 - Filosofia política





A questão fundamental que vai orientar o percurso da filosofia política moderna é a questão de ser o homem bom ou mau por natureza. Nesse aspecto, os principais filósofos foram Hobbes (século XVII) e Rousseau (século XVIII). O primeiro vai defender que o homem é mau naturalmente e que está inserido num estado de natureza, de guerra de todos contra todos, antes da concepção do Estado civil. Este é criado através de um contrato social - contratualismo - entre os membros da sociedade visando à paz entre eles. Já Rousseau, no seu Segundo discurso - 1762, defende que durante o estado de natureza o homem é bom, saudável, equalitário e inocente e a corrupção do homem adviria dos males da sociedade. Esse é seu conceito de bom selvagem. Um abraço a todos e dê sua opinião!

-convidados: Daniel e Luciano (historiadores, UFRGS)
-canção de termo: Bode preto - autoria: Joel e Erich

domingo, 12 de abril de 2009

Filosofia no boteco #4 - Ética e moral



Abordamos agora um tema prático da filosofia: a ética. Esta é o estudo da moralidade, a qual é a filosofia na ação. O termo latino mos, que deriva o termo moral, e o termo grego ethos, que deriva o termo ética, designam semelhantes conceitos nas suas antiguidades: costume, comportamento, caráter.
Simon Blackburn, no seu excelente Dicionário Oxford de Filosofia, faz uma distinção mais preciosa: ética seria relacionada mais à virtude e à ação virtuosa, que é parte essencial da ética aristotélica; já moral relaciona-se mais à moralidade kantiana, que é ligada a máximas e leis racionais. Abraços a todos e boas reflexões!

Convidados: Anne Lee e Wilhelm (filósofo - UFRGS)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Filosofia no boteco #3 - Deus e religião


Agora tentamos abordar questões mais filosóficas strictu sensu. O questionamento milenar sobre a existência de Deus e a relação da religião com a sociedade apresentaram-se neste debate. É o conceito de Deus um instrumento da religião ou a religião um instrumento de Deus? Não obstante, observando um mínimo da história, vê-se a finalidade da religião de, inclusive, organizar a sociedade. Impossível deixarmos de falar também sobre a liberdade. Uma lei divina negativa ("Não fazer....") tem por fim libertar? Mas como se ela própria não me dá a liberdade de fazer tal coisa? Um abraço a todos! Filosofem e sintam-se livres para comentar.

Participação especial: Filósofos Lile e Joel da UFRGS.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Filosofia no boteco #2 - Suicídio


Neste segundo programa decidimos abordar o tema do suicídio, já entrando num tema polêmico e ético - uma das áreas da filosofia. Quão dono de sua própria vida é o sujeito? Pode ele tomá-la ignorando leis do estado ou religião? Ou é ele propriedade da sua pátria? O suicida pode ter sua redenção sob certa circunstância? Tentamos buscar racionalmente alguma possível e válida justificativa para o suicídio. Enfim, tivemos por fim mais questionar ou até lembrar dessa polêmica mais do que respondê-la, o que requereria muito mais reflexão. Um grande abraço a todos e sinta-se livre para comentar. Aqui o debate pode continuar.

Participantes: Anne Lee - estudante de psicologia, Alemão Sílvio - filósofo, Gabriel, Erich e Luciano.

Projeto Filosofia no Boteco #1 - piloto


Estávamos tomando uma cervejinha numa agradável tarde quando chega o historiador Daniel. Aproveitamos sua presença para que ele participasse desse primeiro programa do projeto. Não tínhamos um tema definido. Decidimos apenas deixar a câmera filmando enquanto debatíamos sobre algum tema. Veio à mente a contemporânea disputa entre comunismo e capitalismo. Daniel é comunista ferrenho. Acho legal a paixão com a qual defende essa convicção. Realmente demonstra uma posição firme quanto a isso. Até foi a Cuba. Quanto a mim, não tenho posição sobre o tema. Sou capitalista porque nasci nesse sistema. Mas em última análise acredito que o capitalismo tem prós e contras e o comunismo também. Portanto, no fim, fica zero a zero.

obs. o áudio não está muito bom neste vídeo, pretendemos melhorar a qualidade cada vez mais.

Participantes: Gabriel - filósofo, Erich - filósofo, Luciano - historiador, Daniel - historiador