domingo, 12 de fevereiro de 2012

# 22 - As Cinco Vias


Olá pessoal!

As cinco vias são os modos de demonstração da existência de Deus formuladas por Santo Tomás de Aquino na sua maior obra: Suma Teológica.

1ª via - Primeiro Motor Imóvel:
O movimento que existe no mundo foi gerado por outro movimento. Seguindo a cadeia até o princípio, chega-se ao primeiro agente que gerou movimento mas não foi movido: Deus.

2ª via - Primeira causa não causada:
Todo efeito tem uma causa. Seguindo a cadeia até o princípio, chega-se à primeira causa da cadeia de causalidade do mundo: Deus, a causa não causada.

3ª via - Ser necessário:
Tudo no mundo é contingente: pode deixar de existir. Para tanto, deve haver um ser necessário, o qual não pode deixar de existir, que sustenta o mundo contingente.

4ª via - Ser perfeito:
Tudo no mundo possui diferentes graus de qualidade. Um objeto pode ser melhor do que outro objeto em algum aspecto para alguma finalidade, uma faca pode cortar melhor do que outra faca. Porém, há algo que tem o grau máximo de perfeição de ser: Deus.

5ª via - Causa final:
Tudo tem uma finalidade, que é a causa final. A finalidade última de tudo é Deus, que, através desta, ordena o mundo.

Abraço, e até a próxima!

4 comentários:

  1. Olá, Gabriel!
    Essas cinco vias, podemos entedê-las melhor, em suas acepções legítimas, se lermos a Metafísica de Aristóteles, simplesmente. Esse Deus concebido pelo cristianismo, nada mais é do a causa primeira e suprema, que existe por si mesma, diferente das que a sucedem pelo fato de não subsistirem sem a primeira, sendo a primeira, por isso, eterna e imutável. Portanto, o estudo sobre o Ser enquanto Ser - que é a primeira causa e o primeiro princípio - cabe a ciência chamada Teológia (assim chamada por Aristóteles, e não Metafísica), que é a Sabedoria. Tudo o que ele - Santo Tomás de Aquino - diz aí, na Suma Teológica, foi dito, bem antes dele, pelo mestre Aristóteles. O Deus que Santo Aquino tenta provar equeivale à Substância primeira, que compete a Metafísica estudar.É como se esse teólogo medieval fosse apenas um comentador da Metafísica.

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  2. Gabriel...
    Houve um equívoco em termos de entendimento: as demais coisas são móveis, não por estarem em movimento na acepção da Física, em sentido cinético.

    Existem quatro tipos de Ser:
    O Ser enquanto Ser (a substância);
    O Ser Como Potência e Ato (o conceito ou a categoria);
    O Ser Verdadeiro (o que julga se um conceito é verdadeiro ou não);
    O Ser Acidental (o indivíduo).

    A realidade pode ser conhecida de diversos modos, por isso existem as várias ciências que estudam em particular a realidade. Então, tudo o que há, há como manifestação de um determinado conceito ou categoria e a categoria, por sua vez, é manifestação da Substância. Por Exemplo: existe a ideia de Medicina. O médico, daí, deriva da Medicina. Se o médico for de pele branca, negra ou amarela, isso já é o acidente, portanto, o ser acidental. O Ser enquanto Ser não pode ser branco ou negro ou amarelo, pois é só de uma forma, daí ser imóvel. Em suma, a Substância não muda na mudança, o conceito não muda na mudança, diferentemente do ser acidental. Como Aristóteles diz na Metafísica: o músico é branco; ele ser branco é um acidente. Por isso tudo se move, tudo tem várias manifestações, entretanto não o Ser enquanto Ser, que por ser o gerador das outras causas, por ser a primeira causa, é imóvel, por não ter sido antecipada por outra. Por isso o nome: Motor Imóvel.

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  3. E sobre seu vídeo tratando dos Pré-Socráticos!
    Cuidado, Gabriel!!!
    Cuidado!!!

    Na verdade, eles não são pré-socráticos pelo motivo de antecederem Sócrates, visto que alguns, cronologicamente, viveram na mesma época que Sócrates.São pré-socráticos por se preocuparem mais com o início do mundo, do universo, melhor dizendo, sendo que Sócrates volta sua preocupação não para o universo, mas para a pólis. Portanto, nasce uma nova forma de fazer filosofia. Sócrates a inaugura; Platão, um de seus discípulos, extende-na em seus diálogos, mesmo após a morte de seu preceptor.

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  4. Obrigado pelas considerações e correções, Matheus!

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